segunda-feira, 25 de junho de 2012

Aos seres impróprios

Andava rastejando, angustiada; sempre de rosto abaixado, seguia pela senda.

Perguntavam-na o por quê do excêntrico. Estava destinada a permanecer em uma natureza diferente.

Os anos passaram e acostumara-se ao rótulo que a vida lhe dera.

Ao ser taxada de inadequada, criou sua bolha. Crescera sozinha lá dentro, até que, em certo momento, resolveu afastar as cortinas e retirar um pouco do pó que se acumulara após tanto tempo.

Levantou, abriu a janela, e novamente enxergou os olhos de desprezo e crítica. Porém, desta vez, não se sentia deslocada. Ao contrário! Existiam motivos para mostrar os dentes.

Sorria e erguera a cabeça. Dava de ombros.

Criaram-na do lado contrário e, quer saber? O avesso era seu certo.

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