Andava rastejando, angustiada; sempre de rosto abaixado, seguia pela senda.
Perguntavam-na o por quê do excêntrico. Estava destinada a permanecer em uma natureza diferente.
Os anos passaram e acostumara-se ao rótulo que a vida lhe dera.
Ao ser taxada de inadequada, criou sua bolha. Crescera sozinha lá dentro, até que, em certo momento, resolveu afastar as cortinas e retirar um pouco do pó que se acumulara após tanto tempo.
Levantou, abriu a janela, e novamente enxergou os olhos de desprezo e crítica. Porém, desta vez, não se sentia deslocada. Ao contrário! Existiam motivos para mostrar os dentes.
Sorria e erguera a cabeça. Dava de ombros.
Criaram-na do lado contrário e, quer saber? O avesso era seu certo.
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