sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sobre rostos e corpos

Espero-te, escondida nas sombras. Quando a noite cai e teu instinto floresce, debatendo-se contra o corpo que insiste em se esgueirar na busca por proteção racional.
Apreendo um desvio de olhares. No instante em que, por sigilo, as mãos se topam, e se enroscam, e pedem por mais.
Cheiros e peles se encontram num misto de únicas sensações - o de roçar a nuca, o de acalentar os membros - tais quais liberam comodidade, familiaridade.
De repente o lado obstinado se entrega. Fecho os olhos e te transformo num desenho posto ao espaço infinito. No mesmo lugar estamos, no qual se movem os astros.
Ora para recomeçar, ora para terminar.

E agora me ato ao desconhecido. Espero-te, sentada num toco de madeira. Olhando para o céu em aguardo a uma nova nuvem que virá a se formar com os traços de teu rosto.

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