Alfonso era um homem muito bondoso. Desde pequeno sua mãe lhe ensinara a ser um ser humano digno de ternura. Sem pedir nada em troca, ia doando parte de si onde quer que fosse.
Possuía o abraço mais reconfortante de todos. Quem o tinha, gostaria de construir lá sua morada.
A cada rosto triste que encontrava, distribuía uma fatia dos seus sentimentos. Nascera para espalhar amabilidade nas bocas do mundo.
Certo dia, encontrou uma jovem por quem se apegou demasiadamente. Sorriu e lhe entregou o último pedaço que restara de seu coração.
A garota, assim como todos os outros que ganharam um pedacinho deste amor, era só felicidade. Agradeceu a grande solidariedade, e partiu.
Foi então que, visto a ida de mais um apego, Alfonso se deu conta de que havia dado todo seu coração e esquecido de guardar um pedaço para si próprio.
Agora todos partiram sorridentes, sem nem mesmo se despedir do tão caridoso rapaz que ficara ali sozinho, tentando, em vão, preencher o vazio que lhe fora instalado no peito.
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