quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Aquele do homem

Oh, meu bom jovem... Por que juras que és o mais forte? Ainda lhe resta muito tempo para descobrir o quão inconsequente se tornarás. Talvez seja encontrado afogando as primeiras mágoas num certo bar da cidade. Sairá de lá após bebericar algumas cervejas, cheirando a cigarros de estranhos, e acabará por se perguntar o porquê da vida ser cruel ao ponto de lhe causar uma dor tão irracional.

Após longos anos, ao recostar-se numa cadeira qualquer, recordará os ditos e sentirá infelicidade e amargura por não ter conquistado a sorte.
Restarão, então, desagrados da juventude. Restarão, até, mágoas para serem descontadas ao primeiro que vier à vista.

Oh, sábio senhor... Por que acreditas ser o único que conhece da vida? Não passas de pedaços de carne velha e gasta tentando recriar história. Uma história que só poderá se fixar dentro de um antigo livro, de páginas amareladas e com a escrita gasta. Talvez possua conhecimento o bastante para sentir-se no dever de dar puxões de orelha em seres mais fracos. E isso só provará o quão tolo és e sempre foi.

Após pouco tempo, cairá em si, dando-se por conta do tempo que perdeu julgando e esquecendo-se de julgar-se.

Restará, enfim, apenas uma taça de vinho e uma lareira acesa em dias frios. Restará, ainda, a solidão. Aquela que, posterior a todas suas cabeçadas na parede, se tornará uma fiel companheira.

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